sábado, 11 de dezembro de 2010

Criando Monstros.

Descobri que crio monstros dizendo a verdade.

Verdades e sinceridade, no atual princípio moral e ético da sociedade, viraram facas e punhais.

As pessoas querem ser enganadas.

A mentira virou a doce ilusão que se transforma em sonhos.

Melhor a falsidade a ter que encarar a realidade, bater de frente com ela. Isso hoje é extremamente difícil pra muita gente. Fogem, adiam problemas.

Felizmente eu jamais deixei de acreditar que verdades são para sempre e mentiras possuem validade. A ilusão se acaba e a magoa vem em dobro. Pela mentira e por ter se deixado iludir.

Felizmente minha ética não foi invertida. Ainda sigo: "Me magoe com a pior verdade, mas não me iluda com a melhor mentira."

Ainda sou do tipo corajoso, que encara a realidade de frente, sem fugir dos problemas e fingindo, me iludindo que nada acontece ou aconteceu.

Então por favor, também não tente me iludir.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Coisa de Vó!

São eles!

Vendo uma matéria na TV sobre peteca, me veio no peito o sentimento de SAUDADE. Isso mesmo, saudade. Uma saudade que não sentia há algum tempo. Saudade da Minha Avó que faleceu há alguns anos. Sempre que me perguntam uma boa lembrança que tenho de vida, penso nela e de como éramos felizes quando visitávamos seu sítio, que ficava na cidade de Nerópolis, interior de Goiás. E o que tem a ver peteca com minha avó? É que minha Avó foi a primeira pessoa que me fez ter contato com esse brinquedo, e antes disso, eu nem imaginava do que se tratava.

Minha Avó foi a primeira pessoa a me ensinar a brincar e o melhor a fazer a minha própria peteca. De um jeito muito peculiar, simples e bonito. Lembro de quando sentamos lado a lado no degrau da escada de um antigo deposito de grãos, ela com alguns materiais na mão que a princípio não me fizeram muito sentido, mas quando aquela voz rouca, porém suave me disse que íamos fazer uma peteca, já não me importava mais o sentido. Logo o sorriso inocente da criança aqui se estendeu de orelha a orelha e os olhos brilhavam, imaginando como faríamos tal façanha. E foi assim nesse ambiente caseiro de roça, acolhedor, que ela começou a minha primeira aula de artesanato.

- Primeiro você precisa achar uma caixinha de fósforos vazia.

Ela tinha o costume de jogar no quintal, quando os fósforos acabavam, a caixinha. E lá ia eu procurando por aquele quintal enorme um caixa de fósforos que já não estivesse deteriorada pela chuva. Hoje eu sei que ela utilizava desse artifício para tornar a tarefa mais divertida, além de fabricar um brinquedo, também parecia uma caça ao tesouro.

- Achei vovó!

Que lembrança boa ver o sorriso dela se divertindo com a minha caçada. E a aula continuava.

- Agora vamos precisar de um pouquinho de areia.

- Pra que vovó?

- Pra poder fazer peso e a peteca voltar pra sua mão, se não quando você bater, com a sua força ela vai ficar voando pelo céu. É só colocar a areia dentro da caixinha.

- Pronto!

- Agora vamos precisar cobrir a caixinha com uma coisa bem macia pra não machucar sua mão, e ao mesmo tempo firme, pra poder encaixar as penas depois.

- E o que vamos usar vovó?

- Ta vendo aquelas espigas de milho secas ali?

- “Aham!”

- Vamos usar a palha, e enquanto eu vou depenar o frango pro almoço, você retira a palha, igualzinho quando seu avô debulha o milho pro porco.

- Tá bom vovó.

Enquanto estava ali limpando o milho das palhas, ouvia-se o “grunhido” do frango sendo esgoelado, mas ela nunca me deixou participar dessa etapa do processo. As penas sempre chegavam limpas e esbeltas para a parte final da montagem do brinquedo. Talvez naquele momento ela não quisesse me fazer lidar com a morte, talvez eu não estivesse preparado para saber que para minha diversão, alguns sacrifícios deveriam ser feitos. Ironicamente, foi com ela mais tarde que aprendi a entender a morte e lidar com ela.

- Já terminou com o milho Vinícius?

- Já!

- Então de recompensa eu trouxe as penas pra você enfeitar sua peteca.

- Vovó, e agora, o que eu faço?

- Agora nós vamos embrulhar a caixinha com a palha que você descascou do milho. Assim... Pega uma palha grande e envolve na caixinha, pega outra e envolve a parte que ta faltando, até ficar bem macio. Depois é só juntar as pontas de um lado e amarrar com esse barbante.

- Assim vovó?

- Assim mesmo! Muito bem, agora deixa a vovó cortar as pontinhas que sobraram.

- Me deixa cortar vovó?!

- Não. Você é muito novo pra mexer com tesoura, e se o senhor cortar a mão, como vai jogar peteca depois hein?

E ela carinhosamente, delicadamente, cortando as pontinhas da palha seca, pra poder finalizar.

- Pronto. Agora pega as penas e vai espetando aqui onde cortei a palha, por isso tem que amarrar bem forte, pra poder segurar as penas e não cair depois.

E eu perdia mais alguns minutos caprichando ali nos retoques finais, claro que ansioso para sair e brincar com os primos, mas querendo aproveitar um pouco mais daquele ar envolvente de aconchego de Vó.

Terminei de colocar as penas e fiquei maravilhado em como coisas tão simples, podia se tornar um brinquedo tão lindo. Aquele primeiro ainda mais especial, que ela me arrumou uma pena verde, que havia caído do papagaio que ela tinha de estimação, e até hoje vivo.

- É assim que fica vovó?

- É assim mesmo! Ficou linda! Agora dá um beijo na vó pra eu poder ir terminar o almoço.

"SMACK"

- Agora vai brincar que daqui a pouco eu chamo pra vir comer!

- “Brigado” Vovó! - Já saindo em direção ao quintal e gritando pelos primos.

Incrível como um simples brinquedo e uma matéria pode recobrar lembranças tão boas de uma época melhor ainda. Talvez fossem essas lembranças, que me fizeram chorar e entender pela primeira vez a dor de perder alguém. Ainda era um menino quando ela se foi, e talvez meu choro no seu velório fosse apenas de saber que nunca mais faria uma peteca ao seu lado. Mas eu paro e penso quem foi que disse que uma peteca não pode marcar uma pessoa pro resto da sua vida em seu coração?

(ps: claro que o carinho, paciência, amor, quitandas, receitas, histórias... ajudaram e muito também.)

sábado, 20 de novembro de 2010

Bem Amado, Sujeitinho!

Cheguei em casa às seis da manhã. Bebi umas com Maysa, dei uma passadinha no show da Amy e aproveitei que tava no exterior pra dar uma voltinha por Hollywood. Lá conheci Quentin, um sujeitinho tirado a fazer filmes, e alguns outros famosos menos importantes também. Me chamaram pra ir à um bar qualquer ouvir o Johnny, um sujeitinho com a voz ríspida e suave ao mesmo tempo. Gostei. Aproveitei também a presença do diretor pra pegar umas aulinhas e acabei escrevendo mais um capítulo do meu filme. Saindo de lá visitei Friedrich, um sujeitinho complicado, mas que depois que passamos a nos conhecer, percebi que poderia me dar muito bem com ele. Cantei com o Manu em Paris, um sujeitinho francês que canta em espanhol e adora o Brasil. Bem simpático. Queria aproveitar mais a noite, mas já era dia e o sono bateu.

Quem disse que estar sozinho é ser sozinho? Quase sempre minha companhia me basta. Não que eu preze por estar sozinho, mas quando estou, estou, e é ótimo. Eu me aturo ou não, me desejo quase sempre muito, me basto sempre. Eu me amo sempre que posso e quando não posso faço tudo pra me conquistar. Bem amado esse sujeitinho.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Correções

Segundo o dicionário Aurélio da nossa queridíssima língua portuguesa, a palavra EGOISMO aparece com a seguinte denominação:

Egoismo

s.m. Sentimento ou maneira de ser dos indivíduos que só se preocupam com o interesse próprio, com o que lhes diz respeito.

Partindo desse conceito vamos refletir sobre nossos próprios INTERESSES, e para tal vou sempre me basear nos conceitos das palavras chaves desse documento.

Interessar

v.t. Dar interesse a alguém em um negócio atribuindo-lhe parte nos benefícios: interessar um empregado numa empresa. / Ter importância para: isso me interessa. / Dirigir-se especialmente a: lei que interessa aos industriais. / Inspirar interesse, compaixão etc.: este rapaz me interessa. / Cativar o espírito, excitar a curiosidade, a atenção de: essa leitura me interessa. / Ofender, ferir: a facada interessou-lhe o pulmão. / &151; V.pr. Tomar interesse por: interesso-me por questões políticas e questões sociais.


Sabendo-se que o fato de nos interessarmos por algo se dá por alguns dos motivos acima, podemos concluir que interesse próprio pode dar-se pelo fato de me importar por algo que me beneficiaria. Isso analisando pelo lado mais “egoísta” das definições citadas: “Ter importância para: isso me interessa.”

Assim sendo, se é de meu interesse praticar doações, por exemplo, pra uma entidade carente sem fins lucrativos, eu estaria me importando com a causa, fazendo-a ser de meu próprio interesse, e se isso diz respeito a minha pessoa e me beneficia, logo estou sendo? EGOISTA.

Porém, por capricho dos homens, outra palavra foi criada para mascarar o ato egoísta, e que afirmam em ser o antônimo: ALTRUÍSMO.

Altruismo

s.m. Amor desinteressado ao próximo; abnegação; filantropia. (O contr. de egoísmo.)


Ahhhh o AMOR!!!

Amor

s.m. Afeição viva por alguém ou por alguma coisa: o amor a Deus, ao próximo, à pátria, à liberdade. / Sentimento apaixonado por pessoa do outro sexo: as mulheres inspiram amor. / Inclinação ditada pelas leis da natureza: amor materno, filial. / Paixão, gosto vivo por alguma coisa: amor das artes. / Pessoa amada: coragem, meu amor! / Zelo, dedicação: trabalhar com amor. // Amor platônico, amor isento de desejo sexual. // Por amor de, por causa de. // Pelo amor de Deus, expressão que dá ênfase a um pedido: não faça isso, pelo amor de Deus!


Engraçado como o amor faz tudo ficar mais interessante, a paixão, o gostar, o doar. E mais engraçado ainda é que mesmo doando, se entregando, o amor nos deixa felizes, alegres, nos beneficiando mentalmente, fisicamente liberando todos aqueles tipos de hormônios pelo corpo. Um sentimento doce, fonte de estudos e pesquisas sérias que já comprovaram que o amor pode substituir até mesmo analgésico para dor.

Ora como podem dizer então que praticar altruísmo é uma forma de ”Amor desinteressado ao próximo”. Como pode um ato de amor ser desinteressante, sem interesse não há paixão, não há desejo, não chegamos ao amor.

Pensando dessa forma me atrevo a corrigir o Aurélio, tornando o altruísmo: “amor ao próximo”. Dôo-me e me abnego pra ver um irmão feliz, e isso me faz tão feliz quanto, me passa a sentir desejo pela coisa toda, me apaixono pelo melhor dos sentimentos: O Amor!

Amo tão enlouquecidamente que passa a ser meu único interesse, ou o melhor dos meus próprios interesses, eu vou me importar com a causa tanto como me importo comigo mesmo, por que aquilo agora passou a me diz respeitar, me beneficiando e me fazendo, claro, ser o cara mais EGOISTA do mundo.

E aqui estou eu me atrevendo mais uma vez a corrigir nosso querido dicionário.

sábado, 6 de novembro de 2010

Orgia.


Hoje eu me masturbei pra chuva.

Toquei mesmo uma bronha gostosa pra essa danada que me hipnotizou,

Mas a água não foi a única responsável.

O vento lindo contra os pingos, forçando-os contra os telhados, fazendo-os vaporizar e subir num balé sublime até as luzes alaranjadas dos velhos postes, formando uma nevoa misteriosa.

Aquele filme pornô singelo me fez ficar de pau duro, o sexo entre o ar e a água me fez gozar está noite.

E como insaciável que é, a chuva também levou parte de mim enxurrada a baixo, como que me dizendo: - Obrigado por me satisfazer essa noite!


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Para todos

Lagarta que voa arrasta-se no chão.

Borboleta que arrasta voa no ar.

Transformações e mudanças são pareceres de um mesmo corpo,

Metamorfoses de uma mesma alma,

Implicâncias de ser único,

Concordâncias de ser dois.

Transformar, mudar,

Necessário para um,

Irrelevantes para muitos.

Mas na real situação

É o que é preciso para todos.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

- Vamos ver um filme?

- Comédia romântica para vermos juntinhos e rirmos feito crianças bobas e no meio da risada os olhares se encontrarem e nos beijarmos e perceber que somos dois adultos bobos que se ama!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Verdades Parte 2 (Os Fracos)

As dores que sinto são completamente diferentes das que sentes. Por mais que se identifique com o sofrimento alheio, toma-las pra si não irá confortar. Abomino qualquer ser que toma dores alheias para si, é o mesmo que mitose, é multiplicar um por dois, é fraqueza coletiva.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Preconceitos Subliminares.

Não vou falar de preconceitos, mas sim de um tema que já vem sendo observado a vários anos na nossa cultura, como os “nomeadores” de filmes estrangeiros são imbecis.

Obviamente todos vocês já ouviram críticas sobre o nome do filme “Cast Away”, que recebeu a incrível nomeação de “Náufrago”. E vocês podem analisar mais alguns exemplos semtedio.com/nomes-nacionais-para-filmes/

E hoje eu vou falar de mais um desses bizarros casos que chamou bastante atenção, que é sobre o filme “Breakfast With Scot”, que simplesmente recebeu o nome de:




Poisé, o que poderia ser apenas “Um café da manhã com Scot”, se tornou uma “Família diferente”. Com o “Diferente” em destaque na cor rosa, que é pra ficar claro que se trata de uma família diferente, quase chegando ao extravagante, e como se não bastasse isso, ainda me incluem um “BEM” antes de “diferente”. Aiai, como me matam de rir esses nomeadores de filmes.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O fascínio do dia (ou não).

        Sempre que estou assim, atoa, sem nada pra fazer, nenhum despertador ativo avisando que preciso ir trabalhar na manhã seguinte, a noite me seduz. Ela me consome, me engole, sempre fico querendo descobrir o que existe além, quero ir até o fim e sempre me dou de cara com a manhã.
        Eu sei que preciso descansar, porém os primeiros raios do sol não deixam meu corpo acreditar nisso, o fazendo entrar num conflito agonizante, estridentemente gritando ficam duas vozes, colapso, angústia, nervosismo e eu nunca sei o que fazer. Se deito não durmo, se não durmo eu entro em transe... e logo começo a perceber que a manhã também me seduziu, com aquela luz alaranjada acolhedora, quente, balanceada pelo ventinho frio nas maças do rosto. Basta!
        Pego minha câmera, uma escada e começo a escalar o telhado. Devagar pra não acordar quem debaixo repousa, além de evitar quedas e goteiras é claro. Não é tão difícil chegar a comunheira, mas também não deixo de valorizar a aventura. Por mais que eu já tenha milhares de fotos e ter visto tantas cenas da aurora nesse local, me pego hipnotizado, sem ação. Apenas respirando e me sentindo Deus sentado no seu trono. Assistindo ao primeiro grande feito da sua mais grandiosa obra prima: E HAJA LUZ!
        E mesmo que seja rotineiro vou me deixar levar pelo “clichecismo:” Cada dia é um novo dia! E eu preciso guardar aquele momento na memória e começo o tour fotográfico lá de cima. Faço as fotos, desligo a câmera e reflito até que a mistura laranja, vermelho e pêssego suaves dêem espaço ao azul intenso, que as nuvens sumam, o vento gelado se torne quente, as pessoas comecem a sair de suas casas. [...] Às vezes fico constrangido, posso ver seus rostos confusos se perguntando: - que merda será que esse garoto está fazendo no telhado? [...] Então eu desço, mas a manhã ainda me fascina e o conflito do eu lírico permanece. Deito no sofá, assisto alguns desenhos, uma receita ou outra de culinária e espero a única parte do dia que eu sei que não me fascinará de forma alguma: a TARDE! E o cansaço me vence e quem me seduz dessa vez, é a cama! Boa Noite!
        Ahh antes, apreciem o resultado de algumas dessas aventuras:











segunda-feira, 14 de junho de 2010

Verdades.

Jamais deixe palavras vomitadas interferir na verdade que vem do coração! Não se traia! E quando essa verdade que vem do peito coloca em jogo o destino de outras pessoas, não esconda, deixa-as ciente de tudo, não se iluda achando que poupara sofrimentos, isso é se trair duas vezes, duas vezes sofrer! Não deixe essas pessoas alimentarem esperanças que não existem, a verdade dói apenas naqueles que “mentem”!

quarta-feira, 5 de maio de 2010


        Ontem estreou na BAND um novo programa em que Rafinha Bastos é um dos integrantes (que também integra CQC) junto com Thaíde (que é rapper), Débora Villalba (jornalista) e Rosanne Mulholland (que é atriz), os quatro formam A LIGA. O programa veio com a proposta de mostrar aos cidadãos, visões diferentes de eventos sociais que sempre ocorreram e está o tempo todo presente no dia-a-dia. Porém acabei decepcionado ao me deparar com mais um atrativo da TV que indaga, indaga e não se mostra nem ao menos interessado em buscar soluções.

        Fiquei ansioso ao esperar que todos os “serás” das narrações de Rafinha, fossem respondidos, fossem buscados, fossem explicados e no fim, apenas um comovente choro, de um dia que ele não esquecerá com certeza, mas que também jamais passará novamente. Pode ser que eu esteja julgando cedo, pois é apenas o primeiro da série, mas pelo que percebi das previsões, o próximo não terá nada correlacionado ao tema do primeiro, logo, sem intenções de dar satisfações aos telespectadores.
        Diante disso os “serás”, passaram a me atordoar e agora eu repasso: será que esse é apenas mais um programa, do qual se utiliza da dor e sofrimento alheio para fabricar mais audiência e lucro? Será que aquelas pessoas mostradas ontem (4 de maio de 2010), vão ter a ajuda que necessitam? Ou será que a turma acha mesmo que se passar por morador de rua, mostrar a realidade às pessoas, irá mesmo mudar esse fato lamentável?
        Uma coisa é se passar por morador de rua e outra é ser. Ser é viver, estar é experimentar, experimentou não gostou, amanhã sua cama gostosa, seu banho quentinho e sua comida fresquinha estará na mesa, mas como o Rafinha mesmo disse, imagine alguém que não tem nada, e vive isso todos os dias, desde quando nasceu. Percebi então que o Rafinha nada mais fez do que chamar mais atenção a ele mesmo, do que mostrar a verdadeira alma do negócio, (além que pra isso, ele precisou tirar de outras pessoas que realmente precisam. E se aquela esmola fosse dada pra um verdadeiro mendigo? E se o morador de rua que abordasse aquele senhor que pagou o almoço, não fosse um falso morador de rua?) coisa que Thaíde, Débora e Rosanne conseguiram com melhor êxito, porém, com muita pouca abordagem da causa. O lado “bonzinho” e “oh coitadinhos” não me convence do fato exposto, porém pouco explorado. Medo ou queriam a confiança a qualquer custo para finalizar a matéria?
        Crianças confessas ladras serão perdoadas por que são crianças? E quando se tornarem adultas? Ou os adultos de agora que matam e roubam jamais foram crianças? E o pior, cientes dos seus atos. Ou criança, por que é criança não são cientes? Ainda acreditam que crianças que vivem nessas condições possuem tal ingenuidade? (até mesmo as que não estão). Se fossem ingênuas estariam mortas ou sendo exploradas, e as que não estão, estão em casas e abrigos, esperando adoção ou convivendo com programas sociais que as beneficiam, elas sabem que eles existem, e que nesses programas pode estar o futuro deles. As próprias crianças do programa freqüentam um.
        Cadê a família? Igualmente desamparadas. São as culpadas? Não sei de quem é a culpa. Assistência a população não dá? Eu me pergunto, sou obrigado a dar o que consegui com meu trabalho e doar para o próximo? Até que não, ninguém é, dou por que me faz bem ajudar, me sinto bem sendo solidário. Minha ajuda pode ser benéfica, mas quem me garante que o ajudado se beneficiará dela? Ninguém é obrigado.
        Programas sociais existem, o governo ta ai pra isso, se o sistema é falho, temos que aprender a consertar. Os próprios moradores de ruas. Será que essas pessoas não sabem que eles existem? Será que alguém deles já se inscreveu em algum desses programas? É difícil conseguir? Sim. É complicado? Sim. Mas será que é mais difícil do que ter que ficar pedindo esmola na rua, dormindo em calçadas, sendo expulso e não aceito num lugar que deveria ser de todos, levando cusparadas e humilhações que não deveriam ser feitas nem a animais? A vida inteira na rua, e não tentaram nem uma vez? Onde estão essas questões na Liga? Cadê as soluções?
        Sei de que os ajudando, não sanará os problemas de todas as pessoas das estatísticas apresentadas, mas pelo menos não ficariam alheios as situações que exploram para lucrar. Será que a BAND possui projetos sociais que amenizam problemas como estes? Será que uma casa será doada aquela senhora que dorme na frente de Bancos? E o Banco? Não vive se enchendo de orgulho e mostrando programas sociais e de sustentabilidade pelo mundo afora?
        A questão é que já estou farto de falso moralismo, programas pra mostrar dor e sofrimento é o que não falta, mas soluções ou pelo menos tentativas de soluções, e ações verdadeiras para amenizar o país da falta de distribuição de renda, infra-estrutura e todos os problemas que já sabemos, são pouquíssimas.
        Essas são apenas perguntas feitas por um cara que talvez não saiba muita coisa, mas que gostaria de receber explicações e respostas.


terça-feira, 6 de abril de 2010

Eu quero Heróis!

(A fotografia me remete as festas proibidas da época de ditadura no Brasil,)
e se chama Confins.

A repressão instiga a criação! Mas como instigar a criação sem perder a liberdade?

        Se um dia alguém de vocês me virem cochichando, vociferando, bramando, berrando, grunhindo ou gritando por ai que o Brasil precisa de outro período de ditadura, não pense que estou louco. Não, não estou louco!
        Por favor, também não me diga que lá no fundo, todos nós não sabemos disso?!!! Perguntem quais são os nomes mais lembrados, influentes e populares e criativos desse Brasil? Agora pergunte em qual época foi em que começaram mais ativamente a trilhar esse caminho? Pronto, estamos entre aqueles fardados que odiamos, que torturaram e mataram milhares de pessoas.

        Está revoltado ou se revoltando com isso? Então por que não se revolta com a violência ai da sua rua ou bairro e cidade? “A broca que lapida um diamante é realmente cruel”, raspa, tortura, arranca pedaços e lascas da jóia mais bonita do mundo.

        Chicos, Joões, Caetanos, Sebastiões, Glorias, Pasquins, Marios, Arnaldos, Tarsilas e Betânias são ótimos, porém precisamos de novos, quero novos e existem alguns, mas não quero apenas alguns, quero muitos, produção em escala, uma multidão pensante nas ruas e avenidas, produzindo, protestando, criando, berrando e lutando!

        Por que essa política do “menos é mais” não me convence, eu quero mais do que 140 caracteres da sua criatividade, quero musicas, textos, páginas, livros, obras completas.

        Então não me chame de louco se me vir apoiando a volta da ditadura, apenas tenho saudade de uma época que não vivi, e se fosse preciso, viveria e lutaria do lado dos oprimidos e censurados, morreria se fosse preciso e descansaria feliz sabendo que pelo menos nos próximos 25 anos (e muito mais eu espero) meus filhos e netos ouviriam e viveriam obras de qualidade, provindas de verdadeiras jóias raras.

EU QUERO HERÓIS, E PRA SE TER HERÓIS: VILÕES!

(Ps: Agora se você achar uma resposta pra primeira pergunta deste artigo, é claro que eu ficaria mais tranqüilo em saber que não precisaríamos torturar, exilar e matar por apenas “palavras pronunciadas”.)


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Combinado

Edição: Thiago Lanham.

Talvez eu seja um ultimo romântico, dentro os últimos que eu acredito que estejam por ai.

Não sei, mas ainda consigo olhar, e admirar todos os dias, como a coisa mais linda do mundo e me emocionar com a aurora, ou com a cerração, ou com as gotas de garoa que descem como plumas das nuvens, cinzas, bonitas, impostas, projetadas lá do céu.

Ainda consigo estampar um sorriso bobo, de orelha a orelha, ao ver a ingenuidade de uma criança, os olhos brilham quando ao sentir historias sutis de romances caretas de filmes decorados com aquele ar “sepiônico” de outono canadense. [...] Meu deus como queria caminhar por aquelas ruas cheias de folhas vermelhas, aveludadas, massageando os pés descalços, refletindo a luz fraca do sol no olhar do ser amado ao lado.

Que graça o vento tocando a face da menina pálida de lábios avermelhados combinando com seu cabelo e seu vestido longo, ondulando, marolando, me levando.

As curvas do seu corpo, a chuva que cai, o chiado da TV, a lagrima que rola, o algarismo romano, os anos que passam, a barba que cresce, o suspiro de alivio, o dinheiro no bolso, a mão que acaricia, a cortina que abre, a projeção sem fim da sua voz no meu ouvido que arrepia... Arrepia o frio, sua pele quente, teus dedos, a vista na janela. O beijo!

sábado, 27 de março de 2010

Nostalgismo!

Que vontade que eu to da praça;
E do vinho barato, daquele baralho e barulho;
Daquela musica ruim e das boas também,
mas em especial das ruins que nos faz discutir e irritar quem se remexe na cama quentinha da casa ao lado;

De que me adianta a escravidão capitalista, se ela não me conforta como ombros?
Que vontade do orvalho da madrugada e dos meus amigos;
Das risadas frouxas que incomodam alguns e do cigarro que não fumo, ou não fumei, ou fumarei depois de bêbado.
Saudade mesmo do que foi, do que é, e se deus quiser, do que virá!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

"Just a King!"

Não sou rei do universo,

Mas fui nomeado rei de mim

Governarei monarquicamente e jamais me atreverei a obedecer,

Governarei um corpo e alimentarei o espelho da face de um ser que a pouco nem sabia que existia,

Governarei uma nação que se atreve a me desafiar, e colocar-me no devido lugar,

Governarei abrigos, casas, cidadelas, vilarejos, vilas, cidades, metrópoles...

Habitadas apenas pelo lírico, e mesmo assim, sempre caóticas, engarrafadas e transtornadas.

Mas a paz virá após a inatividade da alma.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Frases Feitas!

Se o que esperamos de outras pessoas fossem regras absolutas, eu estaria casado com meu primeiro amor e com certeza viveríamos felizes para sempre.

Se meu mundo fosse regente de um universo, verdades seriam ditas através do olhar, a janela da alma, nesse mundo pessoas sempre mentiram pra mim, e eu bobo acreditei que pudessem ser verdades reprimidas.

Assim seria se tudo que penso, acontecesse, se tudo que quero, caísse do céu e de tudo que corro, corresse de mim.

Infelizmente não mandamos no coração, e às vezes ele é mais cruel com nos mesmos.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Cansei!!!

(Nota sobre nota: não quero com esta atingir ninguém, nem faze-la de manual de instruções, tudo que vou falar são apenas interrogações que faço pra mim, de comportamentos sociais e uma descrição de como aprendi a lidar com esse tipo de coisa.)

Por que as pessoas insistem em tornar as coisas mais difíceis? Eu não entendo, todo mundo reclama de como a vida é dura, complicada, mas quem a faz assim, somos nós mesmos. Tudo seria tranqüilo se as pessoas aceitassem os fatos e apenas seguissem. Ficar remoendo e sofrendo adianta de que?

[...] quero deixar claro que não estou falando em deixar de lutar pelas coisas ou aceitar dor e sofrimento, to falando apenas de quando não há mais solução, a situação não pode mais ser mudada, to falando daquelas coisas que sabemos que não se tem mais esperança e mesmo assim, ainda ficamos reclamando, invés de aceitar. [...]

Eu não vivi toda minha vida, nem tenho experiência o bastante, não comparado a minha mãe ou avó, porem 21 anos é muita coisa por si só, e posso garantir que já tenho experiência para lidar com esses problemas. Não vou dizer que achei a cura pra não sofrer mais, mas eu escolhi, deu decidi que não vou, não preciso e nem quero mais perder tempo com sentimentos bobos de “culpa”, nem tenho culpa. Não deu, não deu, é tocar vidinha.

Não vou mais parar minha vida e nem deixar que a parem pra ficar choramingando o leite derramado, tenho problemas maiores e que necessitam de experiências que eu ainda preciso correr atrás.

Eu tenho dito o quanto tenho me tornado pratico, aprendendo a ser pratico na verdade, e quer saber, estou adorando. Eu já fiz curso de sentimentalismo durante os 15 primeiros anos da minha vida e não foi nada fácil, dor, sofrimento e bla bla bla por conta de amores platônicos ou que não deram, ou não puderam dar certo. EU ESTOU FARTO DISSO!!!

Posso ser tachado de frio, calculista e egoísta, e eu pergunto, e daí? Quem não é? Algumas pessoas que me conhecem sabem da minha teoria sobre ser egoísta e quem discorda que venha me convencer do contrario. (adoraria estar errado).

Chega de ladainha, chega de chororó, se isso passa com o tempo, com a pratica pode passar imediatamente. A pratica não leva um atleta ou um artista a realizarem seus trabalhos mais rápidos e com perfeição? E fugir desse tipo de sofrimento não é o que todo mundo quer? Por que não unir o útil ao agradável?

Só tem uma diferença nesse tipo de pratica “sentimental”, e que talvez seja um problema, é que essa é imposta pela vida, logo eu não me culpo e nem dou importância para quem critica, essa é uma busca eterna de todos nós, não sofrer!

Então eu vou parar de chorar e aceitar e seguir minha vida, podem criticar o quanto quiserem, podem me chamar de frio, sem coração, desprovido de sentimentos ou seja la o que for, pessoas que me amam e que as amo de verdade, sabem dos sentimentos de carinho e afeto, respeito e confiança, amor e fidelidade que tenho a oferecer e dirão o contrario das criticas, e é o que essas pessoas pensam, so elas que me importam!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Conversas!

Nunca fui bom com palavras, quero dizer conversas, escrever talvez, escrever é fácil, paramos, pensamos, reescrevemos. Mas quero falar de conversas, faladas, bate-bola, entrevista, enfim... É nessa hora que me enforco.

Não me enforcar de traição ou fugir das minhas convicções, mas é na conversa que eu me sinto inútil. Inútil em não poder confortar um amigo, e isso me machuca demais, por que talvez seja nessa hora que mais esperam de mim e eu falho, por que as vezes não basta apenas um colo, um carinho ou um ombro, é preciso palavras e eu preciso aprender a acha-las quando mais preciso.

Porem talvez o problema seja maior, talvez eu precise me achar para assim começar a fazer as coisas certas!