quinta-feira, 1 de abril de 2010

Combinado

Edição: Thiago Lanham.

Talvez eu seja um ultimo romântico, dentro os últimos que eu acredito que estejam por ai.

Não sei, mas ainda consigo olhar, e admirar todos os dias, como a coisa mais linda do mundo e me emocionar com a aurora, ou com a cerração, ou com as gotas de garoa que descem como plumas das nuvens, cinzas, bonitas, impostas, projetadas lá do céu.

Ainda consigo estampar um sorriso bobo, de orelha a orelha, ao ver a ingenuidade de uma criança, os olhos brilham quando ao sentir historias sutis de romances caretas de filmes decorados com aquele ar “sepiônico” de outono canadense. [...] Meu deus como queria caminhar por aquelas ruas cheias de folhas vermelhas, aveludadas, massageando os pés descalços, refletindo a luz fraca do sol no olhar do ser amado ao lado.

Que graça o vento tocando a face da menina pálida de lábios avermelhados combinando com seu cabelo e seu vestido longo, ondulando, marolando, me levando.

As curvas do seu corpo, a chuva que cai, o chiado da TV, a lagrima que rola, o algarismo romano, os anos que passam, a barba que cresce, o suspiro de alivio, o dinheiro no bolso, a mão que acaricia, a cortina que abre, a projeção sem fim da sua voz no meu ouvido que arrepia... Arrepia o frio, sua pele quente, teus dedos, a vista na janela. O beijo!

4 comentários:

Unknown disse...

Seus textos são incríveis !!!!

Nauane Lopes disse...

simplesmente lindo***

Anônimo disse...

Me deu vontade de caminhar entre árvores e sentir um sol fraquinho com um vento gelado no rosto. ;]

Cristiano Contreiras disse...

Docemente, você se revela mais próximo de nós, leitores seu, por externar seu lado mais deliciosamente amoroso.

Falar de desejo é também falar de amor e vice-versa.

E você consegue, em tão poucas linhas, mostrar como elegantemente és dotado de sentimento!

Parabéns!