sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

E no meio do caminho tinha ...

 

     Foi no centro da cidade que vi as calçadas pintadas de verde e rosa. São chicletes. Imaginei mesmo que a Estação Primeira de Mangueira não fizesse muito sucesso por essas bandas. Já li em algum lugar que esse gesto pode matar passarinhos. No centro existem passarinhos? Raro de se ver. Não deve ser um problema.

     - Olha lá, o que é aquilo brilhando? Vai ver menino! E se for uma moeda?

     Também vi moedas pelas ruas do centro. Essas, pelo menos foram sem querer que se desviaram do caminho. Pelo menos eu penso que sim, com o mundo de hoje eu não duvido que tenha malucos jogando dinheiro pela sarjeta. Mas não, não era uma moeda. Era o papel laminado daquela bala gostosa que compraram no buteco do seu Zé, indo ao vento sem destino.

     Pelas calçadas eu vi um cotonete. Deve ter caído de uma dessas nuvens de concreto que as pessoas habitam lá no alto. Que bonito o barquinho de... Ah não, é só um panfleto de uma empresa qualquer flutuando na fonte.

     Vi um bilhete do transporte coletivo grudado entre pedras cuidadosamente montadas em mosaico, quase que querendo fazer parte da paisagem. O papel é colorido, acho que a pessoa que o colocou ali deve ter sentido a falta de cor na decoração e decidiu dar seu toque pessoal. Fico imaginando qual linha ela deve ter tomado. Será que já chegou à sua casa tão igual cuidadosamente decorada?

     Vi latinhas, garrafas, documentos, embalagens, caixas e objetos não identificados. Vi também lixeiras, lixeiras vazias assim como a consciência da maioria das pessoas que pelo centro da cidade passam.

Um comentário:

Léo Dantas disse...

legal ! ecologia poética! rs